Lá está o carro parado na garagem. Ele está em ordem, com bons pneus, amortecedores justos, suspensão justa, motor afinado como um violino, faróis e freios bons e bem regulados, e seu tanque está cheio. Ele está a postos. É só entrar, virar a chave e partir.
E partir para onde? Bom, isso não importa muito. Vai de cada um e vai do momento. O importante é poder cair fora.
Todo homem tem que ter uma porta de saída, uma de escape, uma pela qual ele simplesmente suma como num feitiço, e com isso se afaste daquele vozerio chato, atordoante, aquele vozerio que o cutuca, o fustiga e cobra, um vozerio que pede, pede, e pouco dá, e agride.
Um carro em ordem; uma ferramenta pronta para zarpar.
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