Tuesday 7 January 2014

MEU TIO INESQUECÍVEL

Tive seis tios, todos homens, quatro do lado paterno e dois, do materno. Todos, menos um, foram grandes tios, amigos, em muitos casos companheiros. O tio Paulo, do lado materno, foi o mais amigão deles e foi quem me introduziu ao mundo do automóvel sentado no banco do motorista de seu Citroën 11 L 1947. Eu tinha apenas 10 anos e mal enxergava por cima do grande volante. Com toda a paciência do mundo me ensinou os fundamentos dessa arte-técnica, que uso até hoje. Mas teve um, o tio Sidney, que era mesmo incrível. Na foto ele tinha cerca de 35 anos.  

Dentista, automobilista, era metido a inventor e gostava tanto de mecânica que fechou o consultório por um tempo e foi fazer um curso de mecânica de automóveis em Saint Louis, estado do Missouri, nos EUA, já que pretendia abrir uma oficina mecânica "de alto nível" no Rio, onde morávamos todos.

Na volta, depois de quase um ano fora, contou-nos suas experiências no tal curso. Uma foi logo nos primeiros dias do curso, o instrutor, ou professor, ter-lhe mandado varrer a sala de aula no fim do dia, ao que o tio retrucou: "Mas eu sou um doutor, um cirurgião-dentista, não é próprio eu fazer esse tipo de trabalho", no que ouviu simplesmente, "Right, doctor, but do what I am telling you to do, please" (certo, doutor, mas faça o que estou lhe dizendo para fazer, por favor). Não teve saída senão pegar a vassoura.
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