Tuesday 11 February 2014

BRINCANDO COM CARROS

O Mustang na praia (foto imcdb.org)

Quase uma suíte do post do Arnaldo de anteontem, a respeito de um bom esportivo não precisar ser caro, me veio a questão de brincar com carros. Embora eu sempre tenha ensinado aos meus filhos (e continue a ensinar) que automóvel não é brinquedo em um sentido genérico, fato é que se pode brincar com o automóvel. Afinal, há o velho ditado de que "A diferença entre entre homens e meninos é o preço dos seus brinquedos" — que até dá rima em inglês, "The difference between men and boys is the price of their toys".

Um bom exemplo de brincadeira é a antológica seqüência de "Um homem, uma mulher" ("Un homme et une femme", filme francês de 1966, quando o piloto Jean-Louis Duroc (Jean-Louis Trintignant) leva seu Mustang cupê de rali à areia de uma praia (foto de abertura) na Riviera Francesa e executa um verdadeiro balé com sucessivos cavalos-de-pau, explodindo de felicidade com sua nova e recente namorada Anne Gauthier (Anouk Aimée). Naquela momento evidencia-se o lado mais puro da diversão com automóvel, expressão da felicidade do piloto, viúvo, em ver sua vida amorosa prestes a se reiniciar — resultado de uma carona para Paris para a também viúva Anne, que havia perdido o último trem. O enredo do recomendável filme é tão envolvente que gravei na memória o endereço da Anne em Paris, Montmartre 1540. À recomendação junta-se a bela trilha musical de Francis Lai, entremeada com canções de Vinicius de Moraes e Baden Powell. Filme sublime para autoentusiastas.

Uma brincadeira que gosto muito (ainda faço, de vez em quando) e "acender" os discos de freio. Quando eu tinha a concessionária Volkswagen no Rio de Janeiro, um percurso de teste habitual era pegar uma subida chamada Ladeira Mundo Novo, em Botafogo, sair em Laranjeiras e daí rumar para o Corcovado até o Hotel Paineiras e voltar. No início do retorno, pavimentação de concreto e curvas de média e baixa, descer como em competição e aí, haja freio. Quando percebia o fading definido, parava o carro e saltava só para ver os discos rubros. O ápice dessa diversão era fazer isso com o Porsche 911 Carrera de um grande amigo, carro (e marca) que notoriamente têm freios excelentes. Ou então, quando estava na Fiat e usava um 147, fazer os discos "acenderem" na descida da Serra das Araras.

Discos "acesos" (foto carsinaction.net)
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